É uma situação nova é claro, há coisas
que têm sido aferidas é claro, mas há coisas que basta saber como funcionam as
escolas em Portugal para se anteciparem e evitar fazer figura triste em
público. Há escolas sem internet. Há escolas pequenas com um computador para
dez professores.
Há escolas com casas de banho
partilhadas por 100, 200 ou 300 docentes, há portas que se têm de abrir com as
mãos, há torneiras, autoclismos, há que comer, há transportes para apanhar...
há escolas com modelo centenário e casas de banho a condizer que mais parecem
cavalariças, se há centenas de professores nas escolas aumenta a necessidade da
presença de funcionários, de limpezas, de manutenções.... e já agora não há
desinfetante. luvas ou máscaras em número suficiente, quando as há.
Portanto seria melhor deixar ao critério
das escolas organizarem-se de forma a que só se tenha de ir por razões
estritamente necessárias e imprescindíveis e evitar fazer aquele papel de que
os professores são uns calões e vão de férias, sem ter profissionalismo e
sentido de missão e de serviço.
Seria bom confiarem nos professores e
nas escolas e dar autonomia para as coisas funcionarem, porque as coisas nas
escolas ainda funcionam por causa dos professores. Este desvelo em insistir
permanentemente que os professores vão estar a trabalhar e têm de estar na
escola e que não julguem que isto é férias, chega a ser insultuoso.... Estou
farto de ser tratado como um profissional incompetente e calão.
Publicado originalmente no meu Facebook a 13 de março durante período de quarentena.
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