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terça-feira, 16 de junho de 2020

Os professores não precisam de paizinho…

É uma situação nova é claro, há coisas que têm sido aferidas é claro, mas há coisas que basta saber como funcionam as escolas em Portugal para se anteciparem e evitar fazer figura triste em público. Há escolas sem internet. Há escolas pequenas com um computador para dez professores.

Há escolas com casas de banho partilhadas por 100, 200 ou 300 docentes, há portas que se têm de abrir com as mãos, há torneiras, autoclismos, há que comer, há transportes para apanhar... há escolas com modelo centenário e casas de banho a condizer que mais parecem cavalariças, se há centenas de professores nas escolas aumenta a necessidade da presença de funcionários, de limpezas, de manutenções.... e já agora não há desinfetante. luvas ou máscaras em número suficiente, quando as há.

Portanto seria melhor deixar ao critério das escolas organizarem-se de forma a que só se tenha de ir por razões estritamente necessárias e imprescindíveis e evitar fazer aquele papel de que os professores são uns calões e vão de férias, sem ter profissionalismo e sentido de missão e de serviço.

Seria bom confiarem nos professores e nas escolas e dar autonomia para as coisas funcionarem, porque as coisas nas escolas ainda funcionam por causa dos professores. Este desvelo em insistir permanentemente que os professores vão estar a trabalhar e têm de estar na escola e que não julguem que isto é férias, chega a ser insultuoso.... Estou farto de ser tratado como um profissional incompetente e calão.
                               
                                   Publicado originalmente no meu Facebook a 13 de março durante período de quarentena.

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